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Seu pior pesadelo está chegando


Prólogo

Foi assim que começou. Pensando que o fim seria tão rápido quanto parecia, no entanto, as circunstâncias diziam o contrário. Ele estava mesmo morrendo. Mas bem lentamente.

Tanto tempo trabalhando naquele cemitério fez Marcos perceber que a vida não era tão difícil de compreender como todos pensavam. Viu tantas pessoas morrendo e sendo enterradas ali que passara a levar tudo de maneira natural. O ciclo natural da vida, pensava, e da morte.

Mas uma coisa não era natural. Ser morto por alguém que ajudou a enterrar não costuma mesmo ser normal, sobretudo aquela pessoa.

Aquilo era completamente inimaginável, mas estava ali, bem diante de seus olhos, um esquelético corpo humano se movendo lentamente em sua direção e, deitado de costas para o chão, via em paralelo o osso que lhe cravara as costas e atravessara seu estômago, com seu próprio sangue escorrendo diante de seus olhos. Um osso que antes fazia parte do braço daquele ser e que lhe atravessara tão rápido quanto um raio.

Seus olhos ameaçaram embaçar, um indicativo de que sua vida estava lhe deixando. Sentiu medo. Mas também sentiu paz. Por que o medo, percebeu, não era de todo por aquele momento, mas pelo o que estava por vir. Sentiu sua testa suar e um arrepio na espinha. Não seria capaz de explicar esse misto de sensações que tomavam conta de seu corpo naquele exato momento nem se tivesse condições de tentar...


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