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Prólogo - Tânton, nas forjas da ira

  • Foto do escritor: tsduque
    tsduque
  • 2 de abr. de 2015
  • 3 min de leitura

Confira agora, em primeira mão, o primeiro capítulo do livro II

Prólogo

Não se aproxime de um leão faminto. Não tente domá-lo. Nem pense em ajudá-lo a suprir a carência de seu estomago. Sua experiência pode não ser muito boa.

A ira é feroz como o leão, ainda mais quando suas necessidades não são supridas ou seu ponto de fúria é tocado por alguém ou alguma coisa. Uma atitude que seja. Por mais simples que seja. Pode resultar em uma grande destruição. Isso quando falamos de uma pessoa influenciada por essa ira, mas o que dizer sobre o causador disso tudo?

Nos lugares remotos. No mais íntimo do ser. Em um local inacessível a qualquer pessoa. É lá que a ira mora. Um sentimento que cega seu portador e que pode conduzi-lo ao ódio, fazendo-o corroer o próprio coração. Mas ela não pode ir sozinha. Existe um ser que a planta nesse local e que tem sua origem no mais obscuro dos mundos – o reino das trevas. Um ser temível carrega essa semente inacessível a qualquer humano, a não ser para aquele que tenha acesso, através de um chamado, ao local onde a semente foi plantada: o chamado de Azazel.

Não, ele não é um bode expiatório perdido em um deserto. Azazel está mais perto do que imaginamos e vem influenciando disputas, guerras, violência, tráfico, brigas, das maiores às menores, de todos os tipos em nossa realidade humana, e tudo o que sabemos fazer, hoje, é assistir.

Não mais... Não agora.

Pode-se controlar a ira? Essa explosão de sentimentos pode ser simplesmente abafada e esquecida até o fim dos dias de uma pessoa? Talvez sim. Há muito tempo atrás isso era possível, quando o sentimento esquecido ainda habitava alguns corações. Sem ele, a emoção se sobrepôs sobre a razão e a ira já não é controlada nos corações duros e impuros que dominaram o mundo em tempos atuais.

As guerras andam matando sonhos de crianças adormecidas para o poder daqueles que obtém toda a força e dessa forma, em pouco tempo, o mundo não será mais o mesmo. Na realidade o mundo já não é o mesmo há muito tempo, mas o desespero plantado no rosto das pessoas em tempos atuais serve para demonstrar que o futuro só pode ser pior do que já é, pois se torna difícil enxergar saídas para sentimentos atolados em lama quando os que andam sujos continuam se sujando a cada dia mais.

A batalha continua e não é contra a carne ou sangue, é contra ele, os demônios mais temíveis do reino das trevas, os sete príncipes do inferno, que insistem em se alimentar através das atitudes dos humanos, e sua legião de anjos caídos, aliados as suas maldades, que objetivam apenas destruir a humanidade e se unir para enfrentar a Yahweh e vence-lo.

Há guerras e violência por todos os lados. E o medo está cada vez mais presente na mente das pessoas que andam por ai, a deriva do real conhecimento da causa de tudo isso. Muitas não sabem o que fazer, andam desgarradas entre lobos prontos para devorá-las. Lobos não domesticados e violentos que não ligam para aquilo que chamamos de sonhos... e o que podemos fazer?

O mundo mudou...

Não temos mais tempo...

E a verdadeira guerra começou...


Ele estava em pé, banhado de escuridão de modo a cobrir-lhe toda a face. O sangue vermelho escorria da enorme faca que estava em sua mão esquerda e pela direção do corpo parecia olhar direto para mim. Ao chão, uma mulher de jovem aparência estava caída, aparentemente morta. Seu sangue escorria pelo chão e tocava o pé daquele homem que lhe causara o óbito.

Feliz. Era assim que ele estava. Mas não conseguia demonstrar a felicidade, apenas a satisfação. Não possuía felicidade para mostrar, não possuía alegria para mostrar, não sabia o que era isso e sabia que ninguém poderia dar aquilo que não tinha.

Passou a caminhar. Em minha direção dava passos curtos e lentos como se estivesse com dificuldades para andar. Ao redor não havia mais nada. As paredes escuras não revelavam nada além do negro daquela dimensão e o cômodo vazio e frio deixava escapar o ar de terror tão característico.

Os passos foram aproximando o homem e agora era possível sentir um sopro de respiração. Seu rosto fixado para frente não mudava de direção. E atravessou meu corpo como um fantasma. Meus olhos seguiram um movimento que pareceu ser interno, passando por todo meu crânio na velocidade da luz, e esbarrou em uma parede de concreto que o fez voltar rápido como havia partido levando todo corpo em direção ao chão se chocando no piso lavado em sangue.


 
 
 

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